domingo, 26 de julho de 2009

Posto da Guarda Fiscal Transformado em Museu do Cinema


UM EXEMPLO A SEGUIR

A história de um grande amor pode contar-se em poucas palavras. Era uma vez, há mais de três décadas, um afamado cinéfilo francês, que travou conhecimento com um casal de portugueses ao realizar um documentário sobre a presença da comunidade lusa em França.

Jean Loup Passer, assim é o seu nome, rendeu-se aos encantos de ambos, e aceitou passar umas férias em Melgaço, onde residiam. Algo mudou na vida do responsável pelo Festival Internacional de La Rochel (desde 1973) e conselheiro de Cinema do Centro Georges Pompidou. Por aqui comprou casa. E há quem jure que, desde logo, começou a conjecturar a construção de um museu dedicado à sétima arte, para coroar esta pequena e sedutora vila. O sonho concretizou-se o ano passado, com a inauguração do Museu do Cinema de Melgaço, tendo Jean Loup Passer doado toda a sua colecção privada como prova da sua paixão. Do pré-cinema aos Lumière

É um pouco de tudo isto que podemos observar no antigo Posto da Guarda Fiscal de Melgaço, agora transformado em museu. Desde os trôpegos passos na era do pré-cinema até ao nascimento da sétima arte propriamente dita. Na primeira das salas recuamos logo ao século XIX, onde estão expostas as lanternas mágicas, representativas já do movimento através de uma manivela que fazia girar pequenas superfícies vidradas pintadas com imagens. Nomes bizarros como Fenakiscópio – que, por intermédio de um disco giratório com desenhos ligeiramente diferentes, indicava o futuro dos desenhos animados – ou como Praxinoscópio, cujos jogos de espelhos mostravam um casal a dançar, e que preparavam o terreno para o cinematógrafo dos irmãos Lumière, em 1895, são algumas das muitas máquinas que podemos ver.

MUSEU DO CINEMA DE MELGAÇOJEAN LOUP PASSEKTel. 251 401 575Preço: €1. Crianças até 12 anos não pagam.Horário de Verão: 10h00-12h30 e 14h30-19h00Horário de Inverno: 10h00-12h30 e 14h00-17h00 Fechado à segunda-feiraVivíamos ainda o pré-cinema, de carácter rural, e que muitos vaticinavam de curta duração. Não teve. E tornou-se, anos mais tarde, um espectáculo para as classes abastadas, apesar dos primeiros cartazes que anunciavam “Todos vão e levam os filhos”, também eles patentes no museu, junto a outros históricos, como o do filme “Há festa na aldeia”, de Jacques Tati (1947), a fazerem gala, logo à entrada. Ainda no rés-do-chão temos pormenores que fazem as delícias dos devotos do cinema: fotos de vários actores, cheques pessoais (como um de James Stewart de 58,30 dólares), entre muitas outras curiosidades. Numa terceira sala, em grande destaque, encaramos uma caixa óptica, aparelho que, ainda no século XVIII, começou a desafiar as noções de perspectiva; logo a seguir os visitantes são presenteados com um grande ecrã de plasma, onde passam, continuamente, curtas metragens, privilegiando os imortais Charlot e Buster Keaton.






Sem comentários:

Enviar um comentário