segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Imagens da Vida Fiscal - José Euzébio

Julho de 1983


O amigo e colaborador José Euzébio enviou-nos algumas fotografias que documentam os seus tempos na GF, desde o alistamento no Centro de Instrução de Queluz, em 1983, à sede do Batalhão nº 2 em Évora, em 1991, já próximo da extinção da GF ( 1993). Constam, também, fotos em uniformes antigos da GF, tiradas aquando da participação do José Euzébio nas comemorações do centenário da Guarda Fiscal, em Lisboa, Restelo, no ano de 1985.


Julho de 1983


Posto do Alvor, 17 de Agosto de 1983 ( 1º plantão do José Euzébio)

Ou melhor, sede do Batalhão nº 2 da Guarda Fiscal, Évora, 21Setembro 1991



Leia-se: Sede do Batalhão nº 2, Évora, 21 Setembro de 1991

21 de Setembro de 1985

21 Setembro de 1985

21 Setembro de 1985

1983



Junho de 1983



Junho de 1983


21 Setembro de 1985


domingo, 5 de dezembro de 2010

Palavras finais ao serviço da GF proferidas pelo Sr. Major Infante no Batalhão 2, Évora, a 30SET1993


Meu Comandante, Colegas, Amigos,

Vou centrar as minhas palavras e procurar captar a vossa atenção para
três pontos, aproveitando a oportunidade última ao serviço da Guarda
Fiscal.
1º Ponto : O MEU CONTENTAMENTO DESCONTENTE
Permiti-me parafrasear o nosso Épico mas ele mais do que ninguém soube
transmitir aos Portugueses as suas mágoas, a sua tristeza, a realidade
do Portugal de então. Longe de mim querer equiparar-me a tão grande génio
mas como ele espero saber transmitir-vos e é com pesar que o
faço,algumas peripécias ocorridas nesta Guarda Fiscal atribulada.
Vou reportar-me ao após 1968/69. Não vou citar nomes mas tão somente
avivar pinceladas que ficaram bem gravadas na feitura do actual
retrato da Guarda Fiscal.
De uma maneira ou de outra, uns com mais responsabilidades que outros,
fomos artistas activos na pintura desse quadro e não podemos
eximir-nos dessa responsabilidade contudo se tivessemos sido bons
"Picassos " teríamos decerto saído airosamente igualados na luta
porque podíamos ter mudado o rumo aos acontecimentos.
É, pois , com profunda mágoa que após 25 anos de entrega do melhor da
nossa vida à Instituição que nos propusemos servir, assistimos agora e
sentimos que se está a esvair na indefinição, na dúvida de um futuro
incerto e vemo-la afundar-se num mar que irá decerto tragar as nossas
últimas esperanças.
Não quero ser pessimista mas tudo indica que não ser fáceis os caminhos
de mudança na vida de cada um de nós. Mas regressemos uns anos atrás e
vejamos embora a traços largos algumas " proezas " que conduziram ao
funeral deste Corpo Militar centenário mas desprestigiado e aviltado
nas suas raízes e nos seus homens.
Aceitamos a evolução, as novas técnicas, as exigências dum mundo
moderno mas não poderemos aceitar a maneira que apelido de leviana e
de segundas intenções como foi conduzida a problemática da extinção da
Guarda Fiscal.
Adivinhava-se, sentia-se que havia alguém preocupado em destruir uma
obra que tantos no decorrer de mais de cem anos edificaram com suor e
lágrimas mas sempre sorrindo, acreditando num futuro melhor.
A obra ruíu, não teve futuro minaram-lhe os alicerces, caíu mas caíu
de pé porque os homens que a edificaram continuam com a chama acesa do
passado que jamais esquecerão.
Lembro um Comandante-Geral que já não pertence ao reino dos vivos que
muito fez pela Guarda Fiscal e a quem os Oficiais sobremaneira devem
estar gratos. Quantas voltas não terá já dado no seu túmulo,
sumindo-se nas tábuas carcomidas, face às dolorosas etapas de um
delapidar de história inacreditável.
Quem não se lembra também de um General, embora não das minhas graças,
mas aqui lhe presto a minha homenagem por ter sabido manter firme a
chama da nossa Missão, não permitindo que as fronteiras do País
seguissem o rumo do Serviço de Estrangeiros ? Aqui já um aviso que
conduziria à derrocada. Esta foi a primeira arremetida do adversário
mas o cavar da sepultura, palmo a palmo, teve o seu início naquelas
célebres palavras proferidas na Comunicação Social pelo
Comandante-Geral de então dizendo aos quatro ventos que os militares
que comandava não passavam de uns corruptos. Fomos enxovalhados,
tomou-se a parte pelo todo. Sabíamos que os homens da Guarda Fiscal
como de qualquer outra Instituição, civil ou militar, não passa ao
lado do lucro fácil porque todos sabemos que a carne é fraca e todos
temos telhados de vidro. Todavia creio que foram palavras muito duras,
infelizes ditas por um Chefe apregoando muito convicto que os seus
subordinados eram homens a abater porque eram desonestos.
Fomos originais no Comandante que tivemos, porque fomos vilipendiados
no destino que nos foi traçado - a derrota total. Daí o apelido de "
coveiro da Guarda Fiscal ".
Por todo o lado começou a pairar o descontentamento. O mal estar e as
medidas de afrontamento continuaram e as esperanças de sobrevivência
tornaram-se, no dia a dia, cada vez mais ténues. O nosso futuro estava
em jogo mas nunca ninguém teve a coragem de vir a terreiro enfrentar a
realidade e dizer não ao fim que se avizinhava.. Culpo-me a mim também
mas não posso perdoar àqueles oficiais que sempre estiveram junto do
poder de decisão num tú cá , tú lá ,nada terem feito de palpável para
se evitar o descalabro porque eles sabiam, estavam a par da rota
planeada.
Conhecidas que foram as primeiras medidas adversas o marasmo tomou
conta das nossas mentes, contagiou a nossa vontade de lutar. Lembro
alguém dizer :Que se passa com a Guarda Fiscal ? A GNR discordou, a
Polícia manifestou-se mas a Guarda Fiscal nada fez, nada disse que
pudesse contribuir para o volte-face difícil mas não impossível. Não
nos unimos, não demos as mãos e o score de resultados tocou a raia do
negativismo.
Serviços Sociais, emolumentos, tanta promessa bonita que não foi
cumprida, tanto dinheiro que nos foi sacado mês a mês, tantos imóveis
que foram erguidos com as migalhas do nosso suor, tanto dinheiro que
rendeu dinheiro... Tudo isto, tudo quanto era dos seus
beneficiários-contribuintes foi entregue, de mão beijada, indo
enriquecer um Património alheio em vez de, em tempo oportuno, ter
contribuido para o bem estar de todos os militares que agora se sentem
espoliados duma herança que por direito de Estatuto e moralmente lhes
pertencia.
Até o S.Mateus nos "roubaram".Também entrou na voragem dos tempos e
estou convencido que lá dos altos céus ou das peanhas dos tronos
existentes nos diversos do Minho ao Algarve, dos Açores ou da Madeira,
sente-se envergonhado por ter sido desprovido das honras que ano a ano
lhe eram prestadas. Conseguiram calar a tradição secular, de raízes
históricas, das paradas dos Jerónimos.
Não haja dúvidas de que os anos de 1992 e 1993 são mesmo para esquecer
porque "consumatum est". Tudo acabou.

2º PONTO : AOS QUE FICAM
Começarei por desejar os melhores votos de sucesso na vossa nova etapa
de vida que breve ireis encetar.Não vai ser fácil aceitarem-se
decisões de que bem lá no fundo se discorda.
Alguns irão continuar vestindo novas roupagens no intuito de outros
voos e estou certo que todos saberão aceitar as novas regras de jogo e
cumprir com brilho as tarefas que lhes forem cometidas. Permiti-me
contudo que vos alerte e vos diga que é tempo de não pensardes no
singular, no eu de cada um. Pensai , falai e agi no plural e atentai
na plavra nós porque só assim, em união, em comunhão de desejos
podereis vencer, de contrário ganhareis batalhas mas perdereis a
guerra. Aqui a razão desta nossa guerra perdida...Outrossim lembrai
que além de militares e acima de tudo sois humanos com altos e baixos.
Os que comandarem dignifiquem-se com posições assumidas, bem ponderadas
nunca desprestigiando os subordinados com atitudes negativas.
Esquecei, finalmente, os nossos erros, o bem que podíamos ter feito e
não fizemos e aproveitai por outro lado a faceta da nossa parte boa
mas, no fundo, e disso podeis ficar certos que todos demos quanto
podíamos dar.
Para vós pois, para vossas famílias, aqui ou em casa de cada um todo o melhor.

3º PONTO : AOS QUE PARTEM
Falando em terminologia estratégica chegámos ao " Dia D " . Cada um,
nas opções que lhe foram facultadas, escolheu a que melhor se
coadunava com os seus objectivos. Mas é certo que augurávamos que o
final da nossa carreira ficasse imbuído de outras nuances que nos
levassem a partir com satisfação de vermos a nossa obra continuada.
Tal não aconteceu. Partimos com o barco no fundo.
Vamos acomodarmo-nos à ideia de que pelo menos não vamos mudar de
indumentária, continuaremos a ser militares da Guarda Fiscal. Lá fora
faremos eco da nossa continuidade. Saudosismo ? Talvez realidade dos
factos.
Perante tudo quanto disse realço de facto o meu contentamento
descontente porque podíamos partir com honra continuando dentro do
mesmo barco, a remar naquelas águas bem conhecidas de todos nós mas
as ondas foram alterosas de mais e empurraram-nos para paragens
desconhecidas. Vamos enfrentar a realidade e alimentar a esperança de
que a tradição, o nosso historial não morra. No limiar da vida que
agora vamos abraçar saberemos estou certo defender as regras que nos
nortearam enquanto militares da Guarda Fiscal.
Obreiros que fomos vamos agora apostar firme na riqueza dos seus cem
anos oferecendo nos dias que nos restam a vontade de tudo fazer em
prol daqueles valores que aprendemos e queremos preservar.
Para todos vós o aceno da minha admiração e a minha disponibilidade
para tudo quanto possa dignificar a Guarda Fiscal que servimos.
Évora 30 de Setembro de 1993

domingo, 28 de novembro de 2010

Posto da Tomina, Secção de Safara, instalações das famílas dos GF + Relato da Vida Fiscal, por José Jorge


O sr. Eliseu Seixas Aguiar enviou-nos mais esta "histórica" fotografia sobre as habitações das famílias dos Guarda Fiscais. Trata-se do Posto da Tomina, Secção de Safara, que no início dos anos 30 foi comandada pelo sr. Tenente Seixas, avô deste nosso colaborador.



Desconhecemos se o posto, ou o que dele resta, ainda existe. Sabemos que na Tomina, perto de Santo Aleixo da Restauração, ainda podemos ver as ruínas do secular convento da Tomina, conforme foto abaixo.



O nosso colaborador José Jorge enviou-nos um excelente relato de como era a vida nos postos da raia terrestre no início dos anos 60. Por coincidência, o José Jorge efectou serviço nesta zona da fronteira e pertenceu à Secção de Safara, pelo que faz todo o sentido inserir o seu testemunho conjuntamente com a foto das habitações das famílias dos guarda fiscais do posto da Tomina.

Dado o interesse, abrimos uma página no nosso site que designamos " HISTÓRIAS DA VIDA FISCAL". Relatos como este do amigo José Jorge são sempre bem - vindos. o endereço para o envio é: picachouricos@gmail.com



A VIDA FISCAL NA FRONTEIRA TERRESTE NO INÍCIO DOS ANOS 60, por José Jorge

Em primeiro lugar, quero fazer aqui uma rectificação referente ao Posto Fiscal da Foz dos Pardais. Quero informar que, por lapso meu, disse que pertencia à Secção de Safara, o que não é correcto, pertencia, sim, à Secção do Alandroal.
O Posto em que eu prestei serviço na Secção de Safara, desde o final do ano de 1963 até Outubro de 1964, foi no Posto de Vale de Malhão, que tinha por Posto mais próximo o Posto de Vale de Grou.
Neste Posto de Vale de Malhão, havia boas condições habitacionais, pois a construção da (casa) Posto, como as habitações para os guardas casados, eram novas, e já tinham algumas condições de habitabilidade, embora a luz que existia fosse produzida por candeeiros a petróleo. A água que se consumia no Posto, e nas habitações, provinha de um poço que se encontrava a mais ou menos 80/100 metros, e no qual havia uma bomba manual com uma grande roda em ferro. Assim, todos os dias logo pela manhã, 7/8horas, íamos quatro guardas fiscais, durante uma hora ou até hora e meia, manejar à força de braços aquela roda de ferro que fazia movimentar a bomba e assim se enchiam os depósitos de água para todo o consumo.
O efectivo do Posto era composto por seis praças e um cabo, sendo este o comandante do Posto. Se a memória não me falha, nenhum de nós, guardas, tinha transporte e todos os dias, excepto sábados, domingos e feriados, tinha que se deslocar um guarda a Santo Aleixo (a pé) para fazer o transporte de algum possível correio, só que 70/80 % das vezes não havia correio. O guarda que fazia este serviço, depois de percorrer 24 Km a pé, à noite ainda ia fazer o serviço de aguardo de 4/6horas. Durante a noite é que era um problema, pois os lobos chegavam a escassos metros da zona habitacional. Quanto ao contrabando existente na área do Posto, era muito reduzida e insignificante, como por exemplo: 2/3 Kg de toucinho, meia dúzia de pratos de pirex,1/2/ou 3 pares de sapatilhas e nada mais.
A aquisição de alimentos era um problema pois a aldeia mais próxima que tínhamos ficava a 12 Km, Santo Aleixo da Restauração. Durante a semana, quando íamos ao correio,comprávamos o necessário e quase todas as compras ficavam na loja do srº. Rodrigues. Ao sábado, ia um Srº. com 2 ou 3 azininos (burros) fazer o transporte dos nossos produtos e nós no fim de cada mês pagávamos a esse Srº. Quero recordar que na altura um Guarda Fiscal recebia de vencimento 1150$00, ilíquido. Líquido ficava-se pelos 950/960$00, o equivalente a 4,80euros de hoje. Como muitos sabem, éramos obrigados a andar 24h00 por dia fardados, excepto quando pedíamos uma autorização para trajar civilmente. E assim era a nossa vida, férias só tínhamos direito a elas decorridos 1 ano de serviço e ainda tínhamos de ter a sorte de o cabo, comandante do Posto, não informar que o guarda não merecia férias ( na altura se denominava licença).

Quanto ao Posto da Foz dos Pardais, só quem lá esteve é que pode avaliar aquilo que nós, G.Fiscais, sofremos naquele tempo. O Posto era isolado. Não havia qualquer caminho de acesso numa distancia de mais ou menos 3 Km. O caminho que existia era uma vereda. Ali, nós, os Guardas, já quase todos tínhamos transporte próprio ( um ciclomotor), o meu era uma Famel Foguete que comprei, em segunda mão, pelo preço de 3.600$00 (o equivalente hoje a 18,00euros) e que paguei em 12 prestações, o que era muito dinheiro para quem ganhava 960$00 por mês.
A aldeia mais próximo que tínhamos era Mina do Bugalho. Quanto às condições habitacionais eram mais que indignas. As barracas eram feitas de pedra e barro, as portas eram de tábuas de cofragem e o telhado era de colmo ( palha de centeio malhado). A água para bebermos tínhamos que a ir buscar com um cântaro de barro a uma fonte um pouco distante do Posto, o seu transporte era feito ao nosso ombro. Relativamente à nossa alimentação, cada qual fazia a sua - todos tínhamos um fogareiro a petróleo. As camas eram tarimbas, ou seja, feitas com paus e o colchão era uma esteira com mais ou menos 0,05 metros de espessura.
Era horrível, os guardas casados tinham as mesmas condições. Recordo que houve uma mulher de um colega, de nome João Sanches, que teve que dar à luz numa dessas barracas, porque havia uma ribeira e, quando chovia muito e o caudal de água era grande, ficávamos incomunicáveis. Lembro-me que foi o meu amigo J.Sanches, pai do bebé, que teve que ser o parteiro e assistente da esposa, pois não se conseguia sair dali devido ao caudal da ribeira.
O efectivo do posto: 6 Praças e 1 cabo,comandante do Posto, o srº António Rodrigues Calado, natural de Arronches. No posto existia uma camarata, com 6 camas, que só era utilizada pelos 2 guardas de serviço. Era o plantão que tinha que fazer toda a limpeza do posto, tinha que ir buscar o cântaro cheio de água e permanecia 24 horas de serviço no Posto, depois à noite tinha um apoio que era denominado de pernoita, que fazia 12h00 de serviço. Entrava às 20h00 e saía às 08h00 do dia seguinte. Depois seguia para ir ao correio a caminho da Mina do Bugalho. O mínimo de horas de serviço que fazíamos eram de 12h00 diárias sempre fardados e só tínhamos um dia de descanso (folga) quinzenal, mas mesmo assim tenho grandes recordações da grande camaradagem e amizade que reinava nesta grande Família que era a GUARDA FISCAL. O efectivo deste Posto era o cabo Calado, J.Sanches , J.M.Carrilho, A.Transmontano, Herminigildo Varela, A.S.Castelo e eu José Jorge.

Um abraço a todos os picachouriços.
José Jorge

domingo, 21 de novembro de 2010

Instalações da Guarda Fiscal na Fronteira de Vila Verde de Ficalho - a caminho da ruína





"Um povo que não sabe preservar o seu passado é um povo sem horizontes de futuro."
Quantas histórias de vida não guardarão as paredes desta fronteira: vidas de guarda fiscais, de emigrantes, de gente do contrabando, gente raiana, turistas, fugitivos e refugiados da Guerra Civil de Espanha e da II Guerra Mundial ....

Com ou sem controlo de passageiros e mercadorias, a fronteira de um pais é a fronteira de um país, passe a redundância. É como que o seu cartão de visita. Estas imagens ilustram bem o cartão de visita que oferecemos a quem, agora, passa por Vila Verde de Ficalho.
Fotos enviadas por José Euzébio.


A propósito inserimos a foto deste camarda Guarda Fiscal. Desconhecemos o seu nome, mas sabemos que a fotografia foi tirada em Vila Verde de Ficalho no dia 26 de Julho de 1935,




Companhia de Serpa da Guarda Fiscal - instalações ao abandono


Foto das antigas instalações da Companhia se Serpa da Guarda Fiscal. Actualmente ao abandono.
Foto enviada por o nosso colaborador José Euzébio.

Posto Fiscal de Vila Nova de São Bento



O camarada José Euzébio enviou-nos esta foto do Posto Fiscal de Vila Nova de São Bento, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com Espanha. Actualmente, as instalações são ocupadas pelo Posto Territorial da GNR.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Posto Fiscal de Vale de Grou, Secção de Safara, instalações das famílias dos guardas fiscais - 1932 (presume-se)


Mais uma excelente foto do espólio do Sr. Tenente Seixas, enviada pelo seu neto o Sr. Eliseu Seixas Aguiar.

Pela observação das toscas "habitações", feitas com as suas próprias mãos e com os recursos existentes nos arredores do posto onde prestavam serviço, podemos imaginar quão dura era a vida dos guardas fiscais e suas famílias nesta época.

Se na foto destas instalações em torno do posto de Russianas, publicada em post anterior, a construção das paredes parecia ser feita com base em terra amassada (tipo taipa), já aqui o material usado são, apenas, pequenas pedras sobrepostas, uma técnica de construção que ainda é visível em antigos muros de protecção de propriedades. Os telhados, aproveitando a vegetação local, eram de colmo/palha.
___________________

O nosso amigo e colaborador, José Jorge, enviou-nos por e-mail um excelente comentário alusivo a este tipo de construções. Dado o interesse do mesmo transcrevê-mo-lo abaixo:

"Não é de estranhar estas construções, pois em 1964,na mesma secção de Safara, Posto Foz dos Pardais, as nossas habitações também as paredes eram de pedra solta e os telhados eram de colmo. Para quem não sabe o que é colmo, é palha de centeio, as portas eram de tábuas de cofragem e as chaves das portas era um pedaço de arame ou cordel, amarrado pelo exterior, quando estávamos dentro das barracas eram trancadas com um pau pelo interior. Em 1965 na Secção de Mourão, Posto das Ferrarias, os telhados também eram de colmo,aliás eu já enviei para picachouriços, fotos do referido Posto das Ferrarias."


O endereço para as fotos do Posto de Ferrarias é: http://picachouricosgf.blogspot.com/2009/09/posto-gf-abandonado-e-casa-dos-guardas.html

domingo, 17 de outubro de 2010

Exposição "Guarda e República" foi feita justiça à Guarda Fiscal

Foto publicada em :http://guardafiscalorg.blogspot.com/2010/10/guarda-fiscal-na-exposicao-guarda-e.html



Em tempo, denunciámos o que, na nossa perspectiva, tinha sido um acto de afronta e de encobrimento da verdade por parte dos organizadores da exposição " A Guarda e a República" ao não fazerem referência, por mínima que fosse, ao papel da Guarda Fiscal na implantação da República, designadamente nas operações militares do 31 Janeiro de 1981, no Porto, e do 4 e 5 de Outubro de 1910, em Lisboa. Tanto mais que a GNR, que organizou a exposição, tem por Lei, a responsabilidade de preservar a memória histórica da Guarda Fiscal. Daí o nosso título de então: Exposição "A Guarda e a República" no quartel do Carmo: uma vergonha!

Tivemos agora notícia pelo site "Guarda Fiscal- memória" que a exposição a Guarda e a República se encontra novamente patente ao público, agora no Ministério da Administração Interna, e que nela foram integradas várias peças museológicas referentes à acção da Guarda fiscal na implantação da República, nomeadamente o estandarte do Batalhão nº 3, Porto, pela sua actuação na Revolta do Porto de 1891 e a quem foi concedido o Grau de Oficial da Ordem da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito.

Está também presente, entre outros, uma escultura de um guarda fiscal. Chamamos a atenção para esta escultura onde se pode ver o "nosso" velho blusão azul, impermeável, com capuz. Porquê esta referência? Porque foi a primeira peça de vestuário, deste género, empregue por uma força de segurança em Portugal e veio marcar uma mudança significativa no tradicional fardamento das polícias, dando-lhe um aspecto mais "arejado" e de acordo com o tempo.

Resta-nos acrescentar que não foi só ao Batalhão nº 3 que foi dada a condecoração do Grau de Oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Como já noticiamos em post anterior, e com imagem enviada pelo sr. Sílvio Maldonado, aquando da centenário da GF, o Presidente da República, General Ramalho Eanes,concedeu à Guarda Fiscal o título de Membro-Honorário da mesma Ordem.

Foi feita justiça à Guarda Fiscal.

Estão, pois, de parabéns os organizadores da Exposição.

domingo, 10 de outubro de 2010

FALECEU O ÚLTIMO COMANDANTE GERAL DA GF - GENERAL HUGO DOS SANTOS




Faleceu no passado dia 05 de Outubro, data comemorativa dos 100 anos da implantação da República, o último Comandante Geral da GF, General Hugo dos Santos. Talvez "ofuscada"pelas comemorações do centenário, a sua morte passou, ingratamente, quase despercebida nos órgãos de Comunicação Social.


Não deixa deixa de ser significativo que no Centenário da República tenha desaparecido um dos militares que, arriscando a sua carreira, participou no golpe de 25 de Abril de 1974 que deu origem à II República e ao actual Estado de Direito Democrático.

Último comandante da única e centenária força de segurança que tinha prevalecido desde os tempos da Monarquia, ficou associado à sua extinção em 1993. Figura controversa, mas de nobres ideais, foi considerado persona non grata por muitos guarda fiscais que lhe atribuem, quanto a nós injustamente, o fim da GF.

E se é certo que a extinção foi uma decisão política de que são principais responsáveis, Aníbal Cavaco e Silva, Dias Loureiro e Oliveira e Costa, não deixa de ser verdade que no caso de Hugo dos Santos a solidariedade e fortes princípios éticos, que se dizem apanágio dos militares, foram esquecidos, pois a extinção da GF e a integração como BF na GNR foi engendrada nas suas costas, nomeadamente pelas chefias da GNR de então.
Perante tal quadro de hostilidade, ou de traição, por parte de alguns dos seus camaradas de armas, a sua demissão foi um acto de nobreza e a única resposta possível, embora, como saibamos, essa decisão tenha sido prejudicial para todo o efectivo que ficou sem o seu Comandante. Comandante que tinha obrigação de continuar a defender os seus militares enquanto não fosse completamente realizada a integração na GNR e nos outros serviços e forças de segurança.

Enquanto Comandante da GF tomou algumas medidas polémicas, contudo é da sua lavra a reorganização da instituição e a implementação do sistema LAOS para vigilância da fronteira marítima. O sistema LAOS usava tecnologia de ponta e era um dos sistemas de vigilância costeira mais avançados do mundo, que se traduziu pela detecção de muitas toneladas de mercadorias contrabandeadas.

Lembramos que Espanha, então, não tinha equipamento que se assemelhasse ao usado pela Guarda Fiscal e o LAOS era motivo de orgulho para Portugal e alvo de "inveja" por parte de nuestros hermanos. Hoje Espanha "ri" dos meios usados pela actual UCC. A GNR deixou de pagar a manutenção do equipamento herdado da velha GF que está todo, praticamente, inoperacional ou sofrendo de forte "miopia". Com a extinção de muitos destacamentos, subdestacamentos e postos na orla costeira, com a operacionalidade baixa dos velhos equipamentos, centenas de quilómetros de costa são deixados à guarda de uma única patrulha auto, sem qualquer equipamento de visão nocturna, numa situação que só encontraremos paralelo antes de 1885.

É também com Hugo dos Santos que se dá uma forte incentivo à investigação das infracções fiscais, especialmente do contrabando, com a modernização das FINT, Forças de Intervenção, que passaram a ter viaturas descaracterizadas e pessoal que trajava sempre à civil para melhor cumprir essa missão. Mercê desse trabalho, a GF introduziu-se no seio das redes contrabando, com pessoal infiltrado e investigadores fora do país, nomeadamente no norte de África.

Esta actuação veio colidir com os "interesses" da PJ e começou a retirar-lhe protagonismo, nomeadamente nas apreensões de droga e tabaco. Há quem defenda que a extinção da GF foi "sentenciada" por ter "desafiado" a PJ nesta área sensível.

Esperamos que com o passar do tempo a verdade seja aclarada e seja reconhecido ao General Hugo dos Santos o devido valor enquanto comandante da GF.


No dia em que o nosso último comandante faleceu, passou a estar disponível on-line um excelente site sobre a Guarda Fiscal, fruto do trabalho dos Senhores Coronéis Gamboa Marques e Victória. Congratulações aos autores que assim, indubitavelmente, homenageiam o General Hugo dos Santos e a GF . O link já se encontra, ao lado, neste nosso blog.










domingo, 3 de outubro de 2010

Posto de Russianas - Barrancos - 1932 - Instalações de famílias de guarda fiscais


Mais uma excelente fotografia do espólio do Sr. Tenente Seixas, gentilmente enviada pelo seu neto, e nosso estimado colaborador, o Sr. Eliseu Seixas Aguiar.

Em nossa opinião, esta é uma das fotografias mais "ricas" que até hoje recebemos, porque ilumina de um ponto de vista histórico-sociológico a vida penosa dos guarda fiscais e suas famílias, que, devido aos locais inóspitos onde eram colocados e a um horário de serviço que, praticamente, só lhes permitia afastarem-se da área do posto no período de férias anuais, os obrigava a construirem com as suas próprias mãos e com os materiais que a natureza ali disponibilizava os lares para viverem com as suas famílias.

Já tínhamos ouvido várias descrições destes casebres construídos em torno dos postos e das suas parcas condições, surge agora esta foto a confirmá-los.

sábado, 2 de outubro de 2010

Guarda Fiscal continua bem viva no espírito dos que a serviram



Os anos passam mas a amizade continua e os militares que serviram a
Guarda Fiscal como legítimos herdeiros do seu historial jamais o
querem ver apagado no tempo.
E aí estão eles uma vez mais juntos no seu 17º Convívio vindos do
Minho ao Algarve e tambem da Madeira num total aproximado de 450
presenças. Este ano serviu de palco uma Quinta paradisíaca da Sobreda
da Caparica no passado dia 18 de Setembro. Foi um dia bem preenchido,
como tem sido nosso apanágio ,com relevo para a solenidade da Missa
campal celebrada num dos seus Jardins.
Foi contagiante ver uma vez mais colegas já encostados à sua
bengalinha mostrar aos mais novos que vale a pena estar presente junto
dos amigos , embora curvados por força dos anos, para recordar com
saudade aqueles velhos tempos do calcorrear de caminhos agrestes da
fronteira cumprindo a árdua Missão de vigiar e evitar atropelos à Lei.
São estes que incutem ainda aquela força para continuar, pelo menos
uma vez por ano, a lembrar a dádiva dos melhores anos da nossa vida
numa luta sem tréguas para vencer um inimigo que procurava sempre
descobrir novas técnicas para nos levar de vencida.
São estes Convívios, pois ,que nos levam a recordar com amizade e
muita saudade tempos que não voltam mais.
Almejando já o próximo ano para nos reencontrarmos ficou marcado o dia
17 de Setembro na linda cidade alentejana de Portalegre que nos irá
receber,estou certo, de braços abertos. Até lá !




Luís Infante

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

1º Regulamento de Uniformes da Guarda Fiscal - 1886

O Sargento-Chefe Sílvio Maldonado enviou-nos um excelente trabalho sobre o 1º Regulamento de Uniformes da Guarda Fiscal, que data de 1886.

Dada a configuração do trabalho não nos é possível publicá-lo integralmente neste nosso blog, pelo que optamos por inserir algumas figuras ilustrativas do "nosso" 1º uniforme.

O trabalho completo pode ser consultado no nosso site através do link:
https://sites.google.com/site/picachouricosguardafiscal/trabalhos-de-investigacao-sobre-a-gf








Secção do Gerês 1931

Mais duas excelentes fotografias enviadas pelo Sr. Eliseu Seixas Aguiar: duas vistas do lado sul da Secção da GF do Gerês, no ano de 1931.








segunda-feira, 13 de setembro de 2010

4º Encontro Comemorativo do Curso 1988 da Guarda Fiscal

O 4º Encontro do Alistamento de 1988 da GF vai realizar-se no dia 9 Outubro de 2010, pelas 12H00, no Hotel Social em V.N. de Milfontes.

Inscrições até 30 de Setembro.

Contactos: 963659334, 914787069
ajser@portugalmail.pt

silvestregrilo@gmail.com

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Comemorações do Centenário da Guarda Fiscal -1985


O amigo José Euzébio enviou-nos umas excelentes fotos alusivas ao Centenário da Guarda Fiscal, em que participou. Relata-nos, também, como decorreram as cerimónias na Praça do Império, junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Chamamos a particular atenção para os pelotões que desfilaram com três antigos uniformes da Guarda Fiscal.

"Em Maio de 1985 fomos nomeados 63 militares do CGGF para integrar três pelotões trajando fardamentos antigos e fazer parte do desfile do Centenário, a partir dai tiramos as medidas e provas aos fardamento e calçado, efectuamos vários treinos de ordem unida e manuseamento da Espingarda Mauser.

No dia 21-09-1985, concentramos no Jardim junto ao Mosteiro dos Jerónimos, integramos as cerimónias e participamos no desfile que percorreu a Praça do Império passando frente à tribuna de Honra onde se encontrava o actual Presidente da Republica acompanhado do Ministro das Finanças.


Os pelotões trajando com fardamento antigo, fizeram um sucesso junto dos presentes aquando do desfile nos saudaram com palmas, foram-nos tiradas centenas de fotografias por quem assistiu as cerimónias e turistas estrangeiros que passaram pelo local.


Houve ainda lugar a um desfile de centenas de viaturas da Guarda-Fiscal, no Rio Tejo estavam fundeadas muitas lanchas da corporação e respectivas tripulações.
Foi uma cerimónia muito bonita, e teve grande impacto nos órgãos de comunicação social."
José Euzébio














quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ESPANHA DEDICA MONUMENTO-HOMENAGEM AO TENENTE SEIXAS DA GUARDA FISCAL

Os portugueses gostam de ser reconhecidos como povo pacífico e de profundo sentido ético e humanista. Não será bem assim, e, quase sempre, é mais fácil "olhar para o lado" e fingir que não se vê.

Felizmente, temos alguns bons exemplos de portugueses que, por exemplo no tempo da longa ditadura, desobedeceram aos seus superiores e a Salazar, sacrificando as suas carreiras e o bem estar das suas famílias, no intuito de salvar vidas humanas. Caso do Cônsul Aristides Sousa Mendes, durante a II Guerra Mundial, e do "nosso" Tenente Seixas, no decorrer da Guerra Civil de Espanha.

O estado de eminente derrocada em que se encontra o palacete do cônsul Mendes, em Cabanas de Viriato, onde residiu e acolheu dezenas e dezenas de fugitivos aos nazis, e há muitos anos destinado a uma Casa Museu que, desgraçadamente, não sai do "papel"; assim como o facto de terem sido os espanhóis a erguer um monumento ao Tenente Seixas, é demonstrativo do nosso apego e estima pelas figuras nacionais que tiveram grandes acções humanitárias.


"Al Teniente Seixas y al Pueblo de Barrancos

O MEU PAI JUSTIFICOU-SE PERANTE O SEU SUPERIOR. ALEGOU QUE TAMBÉM ELE TINHA FILHOS... QUE NÃO GOSTARIA, NEM PODERIA ADMITIR QUE LHOS MALTRATASSEM. LHE PARECIA SER DEVER DELE, TENDO À SUA GUARDA FILHOS DE ESPANHA, ESTIMÁ-LOS COMO ERA DEVIDO, POIS SÓ ASSIM PODERIA HONRAR O OIRO DOS SEUS GALÕES.
E QUE SOUBESSEM OS SEUS CAMARADAS QUE, LÁ PORQUE SE CHAMAVA SEIXAS, ELE NÃO TINHA UM SEIXO NO LUGAR DO CORAÇÃO.
Gentil Valadares (filho)"
Inscrição que consta no monumento erigido em Oliva de la Frontera, Espanha




Oliva de la Frontera, Espanha, inaugurou no passado dia 23 de Abril o monumento de homenagem ao tenente Seixas e ao Povo de Barrancos, numa cerimónia presidida pelo presidente do governo regional da Extremadura, Guillermo Vara, com a presença do alcalde local, Victor Mainar, do presidente da câmara de Barrancos, António Tereno, e a subdelegada do governo de Espanha, na região da Extremadura. No acto inaugural participaram muitos locais, com destaque para os mais idosos, um dos quais a chorar, a confirmar com acenos de cabeça as palavras de reconhecimento e agradecimento que iam sendo proferidas pelas autoridades presentes.

O monumento, uma mão aberta sobre um monte de pedras, colocado numa praça frente à estação de autobus de Oliva, representa "la propria mano del teniente". Para o alcalde de Oliva, este monumento pretende "homenagear y agradecer el apoyo humanitário del pueblo de Barrancos e que tanto la actuación de éstos como la del teniente António de Augusto Seixas, tengan em reconocimiento oficial y el recuerdo que se merecen".

No discurso de agradecimento, o presidente da Câmara de Barrancos, António Tereno, comentou que a "mão aberta" simbolizava também a dádiva e o acolhimento, característica do Povo Barranquenho, fazendo votos para que os tristes acontecimentos de 1936 jamais se voltem a repetir. Barrancos "esteve e estará sempre do lado da justiça e pelos Direitos do Homem" (sic).
Para o presidente da Junta da Extremadura, Guilhermo Vara, esta homanegem mais do que um agradecimento pela acção de um Homem (Seixas) e de um Povo (Barrancos), constituia um acto de justiça, do qual Oliva, a Extremadura e Espanha, se sentiam devedores.

Na cerimónia, entre o povo, estava um neto do Tenente Seixas (Eliseu Valadares), que dispensou protoganismos. Muito depois de terminados os discursos e dispersado as autoridades, chegou uma filha e um outro neto do Ten. Seixas, que desta forma, discreta, se associaram à homenagem ao pai, ao avô e ao militar, que desde há mais de 70 anos convive no imaginário de muitos oliveros e extremenhos.







Autoridades politicas, espanholas e portuguesas, no momento da inaguração





Presidente da Junta da Extremadura, Alcalde de Oliva e Presidente da CM Barrancos






Presidente da Câmara de Barrancos, no discurso de agradecimento





Alcalde de Oliva, justificando a iniciativa
















Presidente da Junta de Extremadura recordando os actos de coragem do Ten. Seixas e do Povo Barranquenho















O monumento...







... e a placa, recordando






Eliseu Seixas de Aguiar, neto do Tenente Seixas

in:http://sol.sapo.pt/blogs/jdms/archive/2010/04/24/Oliva_2C00_-Espanha_2C00_-inaugurou-monumento-dedicado-ao-Povo-Barranquenho.aspx






VARA INAUGURA UN MONUMENTO EN HONOR AL TENIENTE SEIXAS Y AL PUEBLO DE PARRANCOS EN OLIVA DE LA FRONTERA



El presidente de la Junta de Extremadura, Guillermo Fernández Vara, ha visitado la localidad de Oliva de la Frontera para inaugurar un monumento en honor al teniente Seixas y al pueblo de Barrancos, por la ayuda y la solidaridad que mostraron con los extremeños, entre ellos muchos oliveros, cuando en el verano de 1936 se vieron obligados a refugiarse en este pueblo luso huyendo de la represión franquista. Muchos de los que lograron cruzar la frontera fueron acogidos en dos campos de refugiados, situados en la finca de Coitadinha y Russianas. Éste último fue creado por el teniente Antonio Augusto Seixas, comandante de la Guarda Fiscal de Safara, sin que el gobierno portugués tuviera conocimiento de ello. En este campo clandestino, bajo su responsabilidad, y con la ayuda de los barranqueños, más de cuatrocientos refugiados españoles lograron salvar sus vidas.

Durante el acto, Vara ha asegurado que "mientras más conozcamos nuestra historia reciente, mucho mejor valoraremos la reconciliación que supuso en España la Constitución de 1978". También destacó en su intervención la labor de Seixas que “arriesgando su vida profesional y militar, fue tratado como un traidor por haber dado esperanza y haber salvado la vida de muchos extremeños”. También habló del simbolismo tan importante del monumento, una mano tendida, que representa la propia mano del teniente y que “servirá, no para recordar la confrontación, sino a todas aquellas personas que tuvieron que vivir esa etapa tan triste de la historia”. El presidente hizo mención además a la Medalla de Extremadura que recientemente se le ha otorgado al pueblo de Barrancos.

En el acto también intervinieron el presidente de la cámara municipal de Barrancos, Antonio Pica, que agradeció al ayuntamiento el reconocimiento, y el alcalde de la localidad, Victor Morera Mainar. En su intervención, Víctor Morera, explicó que “Oliva ha puesto todo su cariño en este monumento con el que, además de agradecer la solidaridad a todos aquellos que dieron protección a los oliveros, también se pretende hacer justicia.”

El monumento, ubicado frente a la Estación de Autobuses, es una fuente formada por piedras, de la finca comunal de la localidad, sobre la que se sostiene una mano de hormigón. Ha sido realizado por el joven olivero, licenciado en Bellas Artes, Antonio Borrallo

in: http://www.olivafrontera.com/actualidad/Ampliada.php?CLAVE=2577

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Posto de Portela do Homem (2) - 1931


Mais uma excelente foto enviada pelo Sr. Eliseu Seixas Aguiar. Podemos observar o já conhecido Posto de Portela do Homem, no ano de 1931, mas de uma outra perspectiva.

E assim vamos "cosendo" a história da Guarda Fiscal.