quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A nova BOINA : GNR volta a copiar a Guarda Fiscal


                                               Nova boina da GNR

Boina da Guarda Fiscal de Cabo Verde





                                                Crachá da actual Guarda Fiscal de Cabo Verde






O camarada "Sentinela Vigilante" enviou-nos "A Boina", crónica humorística a propósito do fardamento da GNR. Fomos investigar e realmente a Guarda Fiscal manteve-se como polícia fiscal ( embora integrada na Polícia Nacional), após a independência daquela ex-colónia, mantendo missões idênticas e não rejeitando a simbologia da "velha" Guarda Fiscal. Os nossos parabéns e um grande abraço para os "PICACHOURIÇOS" de Cabo Verde.


A BOINA

Com a extinção da Guarda Fiscal e integração de parte dos seus elementos e a totalidade dos seus bens na GNR, levada a cabo por políticos íntegros e de grande visão de futuro (é bom não esquecer os principais nomes e as "amizades": ANÍBAL CAVACO E SILVA, DIAS LOUREIRO, OLIVEIRA e COSTA, entre outros), a GNR viu-se obrigada a "cair em si" e a aperceber-se do seu atraso em muitos domínios, nomeadamente no fardamento. As polainas "foram à vida", a camisa verde cinza do exército "foi à vida", as calças de cotim "foram à vida", o capote "foi à vida" e optaram por um novo visual e uma nova cor, o azul, num novo fardamento em que se podem encontrar muitas referências no fardamento da GF e poucas na GNR, salvo a gola "gargantilha" do casaco n.º1. O velho fardamento da GNR, embora desactualizado, tinha uma aspecto muito positivo, com poucas variantes, era igual para todos os militares. E facilmente se reconhecia um militar da GNR, independentemente da unidade a que pertencia.

Depois foi um "regabofe" de quintinhas da vaidade e de desiners de moda duvidosos em que cada comandante arranjava uns polos assim, outros assados, mandava imprimir as iniciais da sua "quinta" e lá ia a rapaziada para a rua. Até já era difícil(ainda é) aos próprios militares da GNR identificar os camaradas tantas são as versões de fardamento. Uns é boina verde com risca, outros canarinha, outros chapéu branco, outros bivaque, uns azul claro, outros escuro, uns amarelo,outros verde, infantaria com botas de montar... Enfim, uma trabalhada supostamente legitimada pela identidade das múltiplas unidades, subunidades, serviços e empenhos.

Mas se isto foi permitido assim anarquicamente a quase todos, à Brigada Fiscal, unidade que pela sua origem e missões merecia alguma distinção (por exemplo mantendo o, para mim, bonito barrete tradicional azul a dois tons com a estrela dourada de 16 pontas na fronte, como aconteceu com a Brigada de Trânsito com o boné branco) sempre lhe foi vedada qualquer veleidade neste aspecto. Parece anedótico mas, na realidade, era a unidade que melhor andava uniformizada "à GNR", quer dizer, de acordo com os seus regulamentos.

Andava a "tropa" da GNR assim "desfraldada" e mal ataviada. Uma dor de cabeça para os comandos com a proliferação de tantas fardas, barretes e boinas, quando, dizem as más línguas, uma delegação da Guarda Fiscal de Cabo Verde - força de segurança fiscal, que os caboverdianos souberam preservar integrando-a na sua Polícia Nacional, mas não a descaracterizando e aniquilando como aconteceu com Guarda Fiscal da "metrópole" - veio fazer uma visita à GNR. Os comandos da Guarda olharam os Guarda Fiscais de Cabo Verde e sorriram: Era mesmo aquilo! Era aquela boina e aquela cor que precisavam para dar uma nova imagem à GNR. E lá tiveram que copiar, mais uma vez, o fardamento dos "picachouricos": Desta vez a boina verde da GUARDA FISCAL de Cabo Verde.

Sentinela Vigilante


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Será São Mateus o Padroeiro da GNR?

Permitam-me que em nome de todos os meus colegas presentes no 20ºConvívio Nacional dos Militares da Guarda Fiscal na cidade de Águeda, manifeste o meu repúdio, o meu desagrado porquanto uma vez mais fomos afrontados com atitudes menos consentâneas que gostaríamos de ver banidas de vez das relações que pretendemos ter com os diferentes serviços da Guarda. Já em Setembro de 2010 assistimos a uma situação que nos deixou deveras abalados - a marcação por parte dos SSGNR de um almoço na Caparica, no mesmo dia em que nos encontrávamos no nosso Convívio Nacional numa Quinta na Sobreda Caparica. Denunciámos a situação a quem de direito sendo informados que jamais voltaria a acontecer. Este ano , todavia, repetiu-se cenário idêntico. Os SSGNR publicitaram em desdobrável um passeio a Sevilha, precisamente em data coincidente com o nosso 20º Convívio, na data do nosso Padroeiro-S.Mateus, 21 de Setembro. Nesta mesma data, Infelizmente novo episódio aconteceu pois 3 dos autocarros,oriundos da zona do Porto,com colegas e familiares, devidamente identificados com o Logotipo do Convívio, na área de serviço de Antuã foram fiscalizados sendo o condutor de um deles autuado com uma coima de 600,00€ por não ter o seu nome completo exibido. Pergunto-me: porquê a razão de tudo isto acontecer, num dia que para nós é de festa, de amizade e que celebramos anualmente já lá vão 20 anos ? Porquê a marcação de eventos por parte dos SSGNR numa data que nada lhes diz ? Desconheço que S.Mateus seja também o Padroeiro da GNR... Haverá pessoas na GNR interessadas em desmotivar os nossos intentos ? Tudo indica que sim. Desconhecem que estamos a lembrar um Corpo Militar centenário que serviu no seu melhor o nosso País ? Aqui fica ,pois, a nossa reacção porque queremos continuar a ser aqueles militares que deram os seus melhores dias ao serviço de um Corpo Militar de prestígio invejável aqui e além-fronteiras e por isso dispostos a continuar a lembrá-lo com honra e com saudade no Dia do seu Patrono. Informo que o 21º Convívio ficou já agendado para 20 de Setembro de 2014. Luis Infante Major/Re

terça-feira, 8 de outubro de 2013

20º Convívio Nacional dos Militares da Guarda Fiscal



2O º CONVÍVIO NACIONAL DOS MILITARES DA GUARDA FISCAL


Esta ano deu-se a feliz coincidência da data de 21 de Setembro – Dia de S. Mateus, Padroeiro da Guarda Fiscal – ocorrer no dia do 20º Convívio.

Eram 10 horas quando o Largo principal da Câmara Municipal de Águeda se começou a emoldurar com a chegada dos cerca de 400 militares, muitos acompanhados das suas famílias. Os abraços do costume, os sorrisos, a satisfação do novo encontro.

Às 11 na Igreja Matriz foi celebrada a Missa de sufrágio pelos colegas já falecidos, lido um Poema de amizade subordinado ao título – Se eu partir antes de ti… de que se destaca o final:

…A amizade só fará sentido, só terá razão de ser, se se trouxer o Céu para mais perto de nós – Mas se de facto, eu partir antes de ti… Creio,sinceramente,que não vou estranhar o Céu – Porque ser teu amigo é já um pedaço desse Céu- Que agora é meu e um dia será teu também.

Ofertada ao Pároco uma porcelana e um azulejo gravado alusivo ao evento.

Recebidos na Câmara Municipal pelo seu Presidente houve troca de palavras e de lembranças que vão recordar no sempre a passagem destes Militares pela cidade de Águeda. As lembranças recebidas irão engrossar o espólio dos Convívios existente já num pequeno Museu do Comando da G.N.R. de Castelo Branco. Imposta também mais uma fita comemorativa no Estandarte.

Depois o rumo ao Restaurante onde se deu aso à boa disposição e ao refazer de forças para enfrentar a vida. Ouviram-se “ os Gritos “ da GF, cantou-se o fado e o tradicional bailarico para fim de festa. Já anoitecia e os abraços de despedida sucederam-se pondo fim ao Convívio que se repetirá em 20 de Setembro de 2014 em terras beirãs.







 


quarta-feira, 31 de julho de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Artigo sobre o Tenente Seixas no Jornal Povo de Barroso




Pedindo desculpa ao autor pelo atraso, publicamos agora o artigo vindo no jornal O Povo de Barroso, de 26 de Novembro de 2012, da autoria de Fernando Guimarães, sobre o nosso "esquecido" Tenente Seixas.
O nosso muito obrigado ao  autor pela iniciativa e qualidade do artigo.

Custódio Duarte








Na lide da pesquisa da História da Guarda Fiscal e postos fiscais na fronteira da Serra do Gerês, deparei-me com coisas deveras interessantes. Entre elas, a história de vida do Tenente Seixas, ilustre Barrosão. Procurei em algumas publicações editadas que referissem figuras do Concelho de Montalegre que se destacaram na vida pública nacional e não encontrei nenhuma alusão a esta figura do Corpo da Guarda Fiscal. Perdoem-me se estou errado.

António Augusto de Seixas Araújo nasceu em 1891 em Montalegre e faleceu em 1958, deduzo, em Sines.


Foi oficial da Guarda Fiscal, industrial e Administrador da Câmara de Sines.


Passou pelo posto fiscal da Vila do Gerês como comandante da Secção do Gerês que pertencia à 4ª companhia do batalhão nº 3 da Guarda Fiscal. Esta curta passagem pelo Gerês está registada nas fotografias dos postos fiscais fronteiriços, datadas de 1931, que foram encontradas no seu espólio e recentemente tornadas públicas. Nestas fotos, dando espaço à nossa imaginação, vemos quanto era dura a vida de um Guarda Fiscal.

 
Republicano convicto participou na defesa da República em Chaves, quando das incursões monárquicas de Sidónio Pais, combate de S. Neutel, onde foi ferido. Cedo aderiu a causas democráticas: Em 1935 é cavaleiro da Ordem de Avis e recebe vários louvores pelos serviços prestados, capacidade de comando e dotes morais.


Em 21 de Setembro de 1936 estando no comando da Secção de Safara em Barrancos e das forças do exército, GNR e PIDE, acolhe mais de milhar e meio de refugiados espanhóis perseguidos pelos falangistas. Contrariando a vontade das outras forças de vigilância, que pretendiam entrega-los aos perseguidores para serem fuzilados, monta dois campos de refugiados. Apenas um é conhecido das autoridades portuguesas. Depois de intensas negociações e pressões internacionais os refugiados são transportados para Tarragona no navio Niassa. No embarque, ao fazer a contagem, aparecem mais quatro centenas de refugiados, os do campo secreto. O Tenente Seixas é, então, castigado a 60 dias de prisão no forte de Elvas e expulso da Guarda Fiscal pelo governo de Salazar.


Em 24 de Abril de 2010 Oliva de la Frontera, donde eram os refugiados, prestaram homenagem ao Tenente António Augusto de Seixas Araújo, ilustre Barrosão. Atribuíram, pela 1ª vez a um estrangeiro, a Medalha da Estremadura e erigiram um monumento, no centro de Oliva de la Frontera, como reconhecimento da mão amiga que encontraram do outro lado da fronteira e também para que a memória deste ato de solidariedade não se apague.


Por sua vez, os Correios de Espanha emitiram um selo postal com o Tenente Seixas fardado de oficial da Guarda Fiscal e com a legenda:- “Teniente Seixas – El Schindler d La Raia”.


Monumento ao Tenente Seixas em Oliva de la Frontera


"al teniente seixas y al pueblo de barrancos


O meu pai justificou-se perante o seu superior. Alegou que também ele tinha filhos... Que não gostaria, nem poderia admitir que lhos maltratassem. Lhe parecia ser dever dele, tendo à sua guarda filhos de Espanha, estimá-los como era devido, pois só assim poderia honrar o oiro dos seus galões. E que soubessem os seus camaradas que, lá porque se chamava Seixas, ele não tinha um seixo no lugar do coração”.



Humanismo, princípios éticos, respeito, justiça, honra, amor, liberdade e solidariedade praticados pelo Tenente Seixas mereciam ser reconhecidos também em Portugal e em particular no nosso Concelho. O reconhecimento apenas além-fronteiras é insuficiente para este BARROSÃO.





Fernando Guimarães
 











quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Histórias do Contrabando e não só!


Pedindo desculpa pelo atraso  e dando vivas ao autor pelo êxito conseguido, publicamos agora a notícia, vinda no jornal Notícias de Chaves, sobre  o lançamento da obra Histórias do Contrabando e não só!, da autoria do capitão Pizarro Bravo.

Aconselhamos a todos os "picachouriços" a compra e leitura deste livro pois, tal como sucede com as pessoas, as instituições só morrem quando nos esquecemos delas. Mais uma vez, o nosso muito obrigado ao Sr. capitão Pizarro Bravo por nos ter ajudado a recordarmos a nossa GUARDA FISCAL!

Os interessados podem encomendar a obra  através do e-mail(fernandocbravo@hotmail.com) ou (Apartado 38 - 5400-909 CHAVES), ou (telef. 917531383), ou depois das 20H00 ( 276351831). Preço (correio inclluído) - 15,00€.

Custódio Duarte

NOTÍCIA



"Histórias do Contrabando e não só!" foram escritas pelo Capitão Pizarro Bravo e contadas na Biblioteca Municipal.
No passado dia 17, na Biblioteca Municipal de Chaves, foi a presentado a numeroso público, amigos do autor, antigos guardas fiscais, autoridades civis, militares e religiosas, onde destacamos os onze netos do autor, o livro "Histórias do Contrabando e não só!"
Abriu a sessão o Senhor Presidenta da Câmara, Dr. João Batista, que agradeceu o convite, elogiou as qualidades do autor como flaviense ilustre e homem da cultura e referiu que esta ocasião servia para fechar com chave de ouro o ano em que o Município apoiou diversas iniciativas culturais.
Lembrou ainda que o Capitão Pizarro Bravo já tinha sido o autor de outra obra, em que foram estudados os "Achados de Moedas Romanas no Alto Tâmega e Barroso".


A apresentação do livro coube ao amigo do autor, Major General Dario Carreira, filho de Guarda Fiscal, que dissecou as "Histórias", referiu a maneira simples com que o autor as conta e quis deixar bem evidente que com a extinção da Guarda Fiscal e a criação de um serviço que herdou algumas das suas funções, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, se aumentou a despesa e se retirou de pequenos centros populacionais a possibilidade de muitas famílias ali terem o seu emprego.
Também referiu a já velha amizade com o autor e que também ele foi companheiro de alguma das suas "histórias".



O Capitão Pizarro Bravo, que fez questão de colocar o seu boné da Guarda Fiscal na sua frente, apresentou, com a sua habitual boa disposição, algumas fotos que o ajudaram a explicar melhor, segundo disse, fatos que neste livro relata:
O contrabando de missas, a referência ao Senhor das Almas, (Santo contrabandista de Vilarelho da Raia), à astucia de se chegarem a esconder fardos na casa do Presidente da Câmara, seu Avô, Alferes Manuel Maria Cantista, a falta de meios da Guarda para detetar as infrações.
Frisou que também deixa neste livro a legislação aduaneira de então, a competência e distribuição da Guarda Fiscal na região norte de Portugal, a definição da zona fiscal da fronteira terrestre, os marcos de fronteira e algumas ordens de serviço dos princípios da guarda onde se destacam apreensões de tabaco a avulso, gado, vinho e aguardente e alguns castigos por motivos tão diversos como o ter casado sem autorização ou por ter bebido em demasia!
Em complemento, são apresentados, em documentos fotográficos, fatos que ajudam a conhecer melhor a Guarda Fiscal e documentam a passagem do autor por vários sítios onde exerceu funções.
Termina este trabalho com um conjunto de imagens coloridas de diversos marcos fronteiriços de diferentes países da atual União Europeia.
No final, o autor, teve de apagar as 79 velas do bolo de aniversário que lhe foi oferecido pelos netos e distribuído pelos presentes mais gulosos (!) e de assinar dedicatórias aos que lhas solicitaram.