quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ESPANHA DEDICA MONUMENTO-HOMENAGEM AO TENENTE SEIXAS DA GUARDA FISCAL

Os portugueses gostam de ser reconhecidos como povo pacífico e de profundo sentido ético e humanista. Não será bem assim, e, quase sempre, é mais fácil "olhar para o lado" e fingir que não se vê.

Felizmente, temos alguns bons exemplos de portugueses que, por exemplo no tempo da longa ditadura, desobedeceram aos seus superiores e a Salazar, sacrificando as suas carreiras e o bem estar das suas famílias, no intuito de salvar vidas humanas. Caso do Cônsul Aristides Sousa Mendes, durante a II Guerra Mundial, e do "nosso" Tenente Seixas, no decorrer da Guerra Civil de Espanha.

O estado de eminente derrocada em que se encontra o palacete do cônsul Mendes, em Cabanas de Viriato, onde residiu e acolheu dezenas e dezenas de fugitivos aos nazis, e há muitos anos destinado a uma Casa Museu que, desgraçadamente, não sai do "papel"; assim como o facto de terem sido os espanhóis a erguer um monumento ao Tenente Seixas, é demonstrativo do nosso apego e estima pelas figuras nacionais que tiveram grandes acções humanitárias.


"Al Teniente Seixas y al Pueblo de Barrancos

O MEU PAI JUSTIFICOU-SE PERANTE O SEU SUPERIOR. ALEGOU QUE TAMBÉM ELE TINHA FILHOS... QUE NÃO GOSTARIA, NEM PODERIA ADMITIR QUE LHOS MALTRATASSEM. LHE PARECIA SER DEVER DELE, TENDO À SUA GUARDA FILHOS DE ESPANHA, ESTIMÁ-LOS COMO ERA DEVIDO, POIS SÓ ASSIM PODERIA HONRAR O OIRO DOS SEUS GALÕES.
E QUE SOUBESSEM OS SEUS CAMARADAS QUE, LÁ PORQUE SE CHAMAVA SEIXAS, ELE NÃO TINHA UM SEIXO NO LUGAR DO CORAÇÃO.
Gentil Valadares (filho)"
Inscrição que consta no monumento erigido em Oliva de la Frontera, Espanha




Oliva de la Frontera, Espanha, inaugurou no passado dia 23 de Abril o monumento de homenagem ao tenente Seixas e ao Povo de Barrancos, numa cerimónia presidida pelo presidente do governo regional da Extremadura, Guillermo Vara, com a presença do alcalde local, Victor Mainar, do presidente da câmara de Barrancos, António Tereno, e a subdelegada do governo de Espanha, na região da Extremadura. No acto inaugural participaram muitos locais, com destaque para os mais idosos, um dos quais a chorar, a confirmar com acenos de cabeça as palavras de reconhecimento e agradecimento que iam sendo proferidas pelas autoridades presentes.

O monumento, uma mão aberta sobre um monte de pedras, colocado numa praça frente à estação de autobus de Oliva, representa "la propria mano del teniente". Para o alcalde de Oliva, este monumento pretende "homenagear y agradecer el apoyo humanitário del pueblo de Barrancos e que tanto la actuación de éstos como la del teniente António de Augusto Seixas, tengan em reconocimiento oficial y el recuerdo que se merecen".

No discurso de agradecimento, o presidente da Câmara de Barrancos, António Tereno, comentou que a "mão aberta" simbolizava também a dádiva e o acolhimento, característica do Povo Barranquenho, fazendo votos para que os tristes acontecimentos de 1936 jamais se voltem a repetir. Barrancos "esteve e estará sempre do lado da justiça e pelos Direitos do Homem" (sic).
Para o presidente da Junta da Extremadura, Guilhermo Vara, esta homanegem mais do que um agradecimento pela acção de um Homem (Seixas) e de um Povo (Barrancos), constituia um acto de justiça, do qual Oliva, a Extremadura e Espanha, se sentiam devedores.

Na cerimónia, entre o povo, estava um neto do Tenente Seixas (Eliseu Valadares), que dispensou protoganismos. Muito depois de terminados os discursos e dispersado as autoridades, chegou uma filha e um outro neto do Ten. Seixas, que desta forma, discreta, se associaram à homenagem ao pai, ao avô e ao militar, que desde há mais de 70 anos convive no imaginário de muitos oliveros e extremenhos.







Autoridades politicas, espanholas e portuguesas, no momento da inaguração





Presidente da Junta da Extremadura, Alcalde de Oliva e Presidente da CM Barrancos






Presidente da Câmara de Barrancos, no discurso de agradecimento





Alcalde de Oliva, justificando a iniciativa
















Presidente da Junta de Extremadura recordando os actos de coragem do Ten. Seixas e do Povo Barranquenho















O monumento...







... e a placa, recordando






Eliseu Seixas de Aguiar, neto do Tenente Seixas

in:http://sol.sapo.pt/blogs/jdms/archive/2010/04/24/Oliva_2C00_-Espanha_2C00_-inaugurou-monumento-dedicado-ao-Povo-Barranquenho.aspx






VARA INAUGURA UN MONUMENTO EN HONOR AL TENIENTE SEIXAS Y AL PUEBLO DE PARRANCOS EN OLIVA DE LA FRONTERA



El presidente de la Junta de Extremadura, Guillermo Fernández Vara, ha visitado la localidad de Oliva de la Frontera para inaugurar un monumento en honor al teniente Seixas y al pueblo de Barrancos, por la ayuda y la solidaridad que mostraron con los extremeños, entre ellos muchos oliveros, cuando en el verano de 1936 se vieron obligados a refugiarse en este pueblo luso huyendo de la represión franquista. Muchos de los que lograron cruzar la frontera fueron acogidos en dos campos de refugiados, situados en la finca de Coitadinha y Russianas. Éste último fue creado por el teniente Antonio Augusto Seixas, comandante de la Guarda Fiscal de Safara, sin que el gobierno portugués tuviera conocimiento de ello. En este campo clandestino, bajo su responsabilidad, y con la ayuda de los barranqueños, más de cuatrocientos refugiados españoles lograron salvar sus vidas.

Durante el acto, Vara ha asegurado que "mientras más conozcamos nuestra historia reciente, mucho mejor valoraremos la reconciliación que supuso en España la Constitución de 1978". También destacó en su intervención la labor de Seixas que “arriesgando su vida profesional y militar, fue tratado como un traidor por haber dado esperanza y haber salvado la vida de muchos extremeños”. También habló del simbolismo tan importante del monumento, una mano tendida, que representa la propia mano del teniente y que “servirá, no para recordar la confrontación, sino a todas aquellas personas que tuvieron que vivir esa etapa tan triste de la historia”. El presidente hizo mención además a la Medalla de Extremadura que recientemente se le ha otorgado al pueblo de Barrancos.

En el acto también intervinieron el presidente de la cámara municipal de Barrancos, Antonio Pica, que agradeció al ayuntamiento el reconocimiento, y el alcalde de la localidad, Victor Morera Mainar. En su intervención, Víctor Morera, explicó que “Oliva ha puesto todo su cariño en este monumento con el que, además de agradecer la solidaridad a todos aquellos que dieron protección a los oliveros, también se pretende hacer justicia.”

El monumento, ubicado frente a la Estación de Autobuses, es una fuente formada por piedras, de la finca comunal de la localidad, sobre la que se sostiene una mano de hormigón. Ha sido realizado por el joven olivero, licenciado en Bellas Artes, Antonio Borrallo

in: http://www.olivafrontera.com/actualidad/Ampliada.php?CLAVE=2577

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